
Estudo do INPI revela quem está liderando as tecnologias verdes no Brasil.
INPI revela dados inéditos sobre patentes verdes no Brasil: estudo aponta oportunidades e desafios para a bioeconomia nacional
O Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) acaba de publicar um estudo abrangente sobre o programa de trâmite prioritário de Patentes Verdes, revelando dados estratégicos para a formulação de políticas públicas em tecnologia e sustentabilidade. O relatório, intitulado “Uso do programa de trâmite prioritário de Patentes de Tecnologias Verdes no Brasil”, analisa 1.097 pedidos de patente entre 2012 e agosto de 2024, oferecendo um diagnóstico preciso do ecossistema de inovação sustentável no país.
UFPR se destaca no estudo de patentes verdes do INPI
O estudo do INPI sobre patentes verdes revela um cenário promissor, porém desafiador, para a inovação sustentável no Brasil. Os números mostram que o gerenciamento de resíduos lidera as patentes verdes com 666 pedidos, seguido por energias alternativas (433) e agricultura sustentável (204), indicando onde estão os principais focos de desenvolvimento tecnológico nacional. A predominância de depositantes residentes (78%) – com destaque para a Vale S.A. e universidades como UTFPR, UFPR e UFRJ – demonstra a capacidade brasileira de gerar soluções verdes, embora ainda com pouca representatividade da região amazônica.
O estudo do INPI revela que a UFPR está entre as principais instituições brasileiras a impulsionar a inovação sustentável, com contribuições significativas no campo de energias alternativas. A universidade figura ao lado de outras instituições de excelência, como UTFPR e UFRJ, no grupo de depositantes que responde por 78% das patentes verdes no país.
Os dados mostram que o gerenciamento de resíduos lidera as patentes (666 pedidos), seguido por energias alternativas (433), área em que a UFPR tem papel de destaque, e agricultura sustentável (204). Apesar do avanço, o estudo aponta desafios, como a baixa representatividade da região amazônica no ecossistema de inovação verde.
A UFPR consolida-se, assim, como um dos polos nacionais de pesquisa e desenvolvimento de tecnologias sustentáveis, reforçando a importância das universidades públicas na transição para uma economia de baixo carbono.
A boa notícia vem da eficiência do trâmite prioritário, que reduziu o tempo médio de análise de 4,5 anos para apenas 9 meses, agilizando a proteção de tecnologias cruciais para a bioeconomia. No entanto, o dado preocupante de que 30% das patentes não se mantiveram válidas expõe obstáculos na fase pós-concessão, possivelmente relacionados aos custos de manutenção ou dificuldades na comercialização das tecnologias.
Esses resultados oferecem subsídios valiosos para políticas públicas mais efetivas, mostrando a necessidade de complementar o atual sistema de patentes verdes com mecanismos que garantam não apenas a concessão acelerada, mas também a sustentabilidade econômica dessas inovações no mercado. O estudo serve como bússola para orientar investimentos e regulamentações que fortaleçam a posição do Brasil na economia verde global.
Impacto nas políticas públicas
Os dados revelam a importância estratégica do programa como indutor da bioeconomia, especialmente no contexto do plano Nova Indústria Brasil e dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU. Contudo, o estudo aponta disparidades regionais – com baixa representatividade da Amazônia – e desafios na sustentabilidade das proteções patentárias.
“Estes insights são cruciais para calibrarmos instrumentos de fomento à inovação verde”, explica o presidente do INPI. “O estudo nos permite identificar setores promissores e corrigir gargalos no sistema de patentes.”
O INPI planeja expandir a análise para todas as patentes verdes depositadas no Brasil, independentemente do trâmite prioritário. O Observatório de Tecnologias Verdes, fruto de parceria com Suframa e IFAM, continuará monitorando este ecossistema estratégico para a transição ecológica brasileira.
Acesso ao estudo completo clique no link abaixo: